Cafu, Denilson e Leonardo Moura são alguns dos atletas que estão vestindo a camisa de empresas atuantes no Brasil
A presença de mais de 400 plataformas de apostas esportivas e jogos de azar no Brasil tem feito com que o mercado online esteja no foco de políticos e empresários interessados em expandir esse setor. É cada vez mais comum a busca pelos melhores casinos online, em um mercado que movimenta atualmente no Brasil cerca de R$ 12 bilhões, segundo estimativas da H2 Gambling Consultoria.
Essas plataformas têm utilizado uma estratégia bastante conhecida de atuação. A ideia é vincular suas marcas a ex-jogadores de futebol e que tenham grande penetração com o público. São movimentos coordenados de empresas cientes do potencial que o Brasil guarda quando o assunto são as apostas na internet.
Nos últimos anos, é possível encontrar um grande número de ex-jogadores que vestiram a camisa de empresas de apostas. Um dos exemplos mais recentes é o do jogador Cafu, campeão do mundo com a seleção brasileira em 2002 e que vestiu a camisa de clubes como São Paulo, Palmeiras, Roma e Milan. Ele assinou para ser garoto propaganda da Rivalo.
Um mês antes, em maio, outro ex-jogador também assinou com um site. Foi Zé Roberto, que ao longo de quase duas décadas atuou por Bayer Leverkusen, Bayern de Munique, Santos, Palmeiras e Grêmio. O atleta, que também jogou na seleção brasileira e disputou a Copa do Mundo de 2006, é o garoto propaganda da NetBet.
“A opção do Zé Roberto como embaixador da nossa marca não poderia ser melhor. Ele é um exemplo de raça, dedicação e superação, uma figura que representa tudo isso e mais. Ou seja, casa bem com a NetBet, que há 20 anos faz sucesso pelo mundo e agora vem ao Brasil com tudo”, disse um diretor da empresa ao fazer o anúncio.
A lista de estrelas dos gramados que adentraram no mundo das apostas esportivas inclui ainda Alex, ex-Palmeiras e Fenerbahçe, e Douglas Costa, atualmente no Grêmio, Denilson, campeão do Mundo em 2002 e comentarista da TV Band, e Leonardo Moura, ex-Flamengo. Todos eles estão fazendo propaganda para alguma empresa do setor.
Isso acontece em um momento de franca expansão das empresas de apostas no país. 19 dos 20 clubes da Série A do Brasileirão são patrocinados por uma empresa do setor. Se juntarmos com os times que disputam a Série B, o número sobe para 33 dos 40 clubes envolvidos nas duas divisões.
Atualmente, as apostas esportivas online não têm um Marco Regulatório. O Congresso Nacional está trabalhando para resolver essa questão, a partir de um grupo de trabalho criado pelo presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), para unificar uma série de projetos de lei em torno do tema em um único texto.
O texto, ainda em fase de finalização, deve ser votado no plenário da Câmara até o fim do ano. Os defensores da medida querem criar um ambiente jurídico saudável para que apostadores e investidores possam estar no Brasil até a Copa do Mundo do ano que vem, no Catar, que será disputada em dezembro.
Além disso, o governo federal sabe que precisa tributar empresas que já atuam no Brasil. Atualmente, elas estão sediadas no exterior e, por isso, não pagam nenhum imposto aos cofres da União. A ideia é reverter isso e utilizar o dinheiro proveniente desse mercado para bancar programas sociais e também ações para atletas e ex- atletas olímpicos, como premiações e aposentadoria.
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